O Setembro Amarelo é uma campanha mundial dedicada à conscientização e prevenção ao suicídio. No Brasil, foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria. O mês de setembro foi escolhido por abrigar o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, em 10 de setembro. Essa iniciativa busca abrir espaço para diálogos, combater o estigma em torno da saúde mental e incentivar pessoas a procurarem ajuda. Falar sobre saúde mental salva vidas, e por isso o Setembro Amarelo tem uma relevância tão significativa.

O Suicídio como Questão de Saúde Pública

O suicídio é considerado um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

No Brasil, a realidade também é preocupante: aproximadamente 14 mil pessoas tiram a própria vida anualmente, o que corresponde a uma média de 38 casos por dia. Esses números evidenciam não apenas a gravidade do problema, mas também a necessidade de abordar o tema com responsabilidade, empatia e estratégias eficazes de prevenção.

A importância de falar sobre suicídio

Apesar da gravidade dos dados, ainda existem inúmeros mitos em torno do suicídio.

  • ❌ Mito: falar sobre suicídio incentiva a prática.
  • ✅ Verdade: conversar de forma aberta e acolhedora pode salvar vidas, oferecendo alternativas, esperança e mostrando caminhos de apoio.

O silêncio, por outro lado, tende a aumentar o risco, pois reforça sentimentos de isolamento e solidão. Abrir espaço para o diálogo é uma das formas mais poderosas de prevenção.

Ansiedade, Depressão e Outros Transtornos

Grande parte das pessoas que apresentam risco de suicídio também enfrentam algum transtorno diagnosticável. Estudos apontam que, em muitos casos, há uma ligação direta entre o sofrimento psíquico intenso e condições como depressão, ansiedade generalizada, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos alimentares e até mesmo o uso abusivo de álcool e drogas.

depressão é um dos quadros mais associados a tentativas de suicídio. Mais do que uma tristeza comum, ela provoca desânimo persistente, falta de energia, perda de interesse em atividades antes prazerosas, alterações no sono e na alimentação, além de sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva. É justamente essa constância e intensidade que diferenciam a depressão clínica da tristeza passageira, que surge como reação natural a situações desafiadoras e tende a se resolver com o tempo.

Já a ansiedade patológica também pode gerar grande sofrimento. Ela vai muito além da preocupação comum: envolve palpitações, insônia, sudorese, dificuldade de concentração, tensão muscular e uma sensação contínua de alerta. Esse estado de vigilância permanente torna a vida cotidiana extremamente desgastante, levando a pessoa a se sentir incapaz de lidar com situações simples.

Outros transtornos igualmente relevantes, como o transtorno bipolar, marcado por oscilações intensas de humor entre euforia e depressão, ou a esquizofrenia, que afeta a percepção da realidade, também estão entre os fatores de risco. Além disso, transtornos alimentares e o abuso de substâncias aumentam a vulnerabilidade, especialmente quando não tratados adequadamente.

Compreender essa relação entre saúde mental e risco de suicídio é essencial. Identificar precocemente os sintomas e buscar acompanhamento psicológico pode fazer toda a diferença, oferecendo caminhos de cuidado, alívio e esperança.

Sinais de Alerta: Como Identificar Alguém em Sofrimento

Nem sempre os sinais de risco são evidentes, mas é possível observar algumas mudanças de comportamento que podem indicar sofrimento intenso. Entre os principais sinais de alerta estão:

• Mudanças bruscas de humor ou comportamento;

• Isolamento social e perda de interesse por atividades antes prazerosas;

• Alterações no sono e no apetite;

• Falas recorrentes sobre morte ou desejo de desaparecer;

• Automutilação ou comportamentos autodestrutivos;

• Entrega repentina de pertences importantes ou despedidas veladas.

Esses sinais devem ser levados a sério. Muitas vezes, a pessoa não pede ajuda de forma direta, mas demonstra por meio de comportamentos e atitudes que precisa de apoio.

O Papel da Família e dos Amigos na Prevenção ao Suicídio

Família e amigos desempenham papel fundamental na prevenção ao suicídio. O primeiro passo é praticar a escuta ativa, ou seja, ouvir sem julgamentos, com empatia e acolhimento. Comentários como “isso é frescura” ou “você precisa ser mais forte” apenas aumentam o sofrimento. O ideal é demonstrar apoio, oferecer companhia e incentivar a busca por ajuda profissional. Manter diálogos abertos, respeitar o tempo da pessoa e reforçar que ela não está sozinha faz uma grande diferença no processo de prevenção.

Psicoterapia: Caminho de Prevenção e Acolhimento

A psicoterapia é uma das ferramentas mais eficazes para prevenir o suicídio. Ela oferece um espaço seguro para expressar sentimentos, elaborar emoções e compreender padrões de pensamento. A terapia, por exemplo, ajuda o paciente a identificar crenças disfuncionais e substituí-las por pensamentos mais saudáveis. O acompanhamento psicológico também pode ser integrado ao uso de medicação, quando necessário, sob prescrição médica. O mais importante é compreender que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem.

Setembro Amarelo e o Apoio Psicológico no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a psicóloga Márcia Medeiros atua com uma abordagem acolhedora e ética, oferecendo atendimentos presenciais no Flamengo, na Barra da Tijuca e em Bangu, além de consultas online que possibilitam o acesso ao cuidado psicológico em qualquer região do Brasil. Durante o Setembro Amarelo, sua missão é reforçar a importância da escuta atenta, do acolhimento e da busca por caminhos mais saudáveis.

Existem várias formas de participar do Setembro Amarelo e contribuir para a conscientização sobre saúde mental. Pequenas atitudes podem gerar grande impacto, seja na vida de alguém próximo ou na comunidade em geral. Algumas delas são: • Compartilhar informações confiáveis nas redes sociais — divulgar conteúdos de qualidade ajuda a combater mitos, reduzir o estigma em torno do suicídio e ampliar o acesso a orientações seguras.
• Participar de palestras, eventos e rodas de conversa — envolver-se em atividades educativas é uma forma de aprender mais sobre saúde mental e levar esse conhecimento para outras pessoas.
• Apoiar familiares, amigos ou colegas que estejam passando por dificuldades — muitas vezes, uma escuta empática e livre de julgamentos pode ser o primeiro passo para alguém buscar ajuda.
• Incentivar a busca por apoio psicológico sempre que necessário — mostrar que procurar um psicólogo não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem e autocuidado, é fundamental para a prevenção.